A comunicação é a base de qualquer relacionamento humano — e no ambiente corporativo não é diferente. Líderes que sabem se comunicar conseguem inspirar, engajar e motivar suas equipes, enquanto falhas nesse processo podem gerar conflitos, queda de produtividade e até alta rotatividade.
Segundo estudos da Harvard Business Review, 70% das falhas de projetos nas empresas estão diretamente relacionadas a problemas de comunicação. E quando olhamos para a neurociência, fica claro o porquê: nosso cérebro reage de forma intensa a estímulos comunicacionais, sejam eles positivos ou negativos.
Neste artigo, vamos explorar 5 erros de comunicação mais comuns na liderança, explicados pela neurociência, e mostrar como evitá-los para construir equipes mais fortes e conectadas.
1. Não ouvir ativamente os colaboradores
Um dos erros mais recorrentes de líderes é acreditar que comunicar-se significa apenas falar. A neurociência mostra que nosso cérebro processa melhor as informações quando sentimos que somos ouvidos e validados.
Quando um colaborador percebe que sua opinião não é considerada, áreas ligadas à rejeição social, como o córtex cingulado anterior, são ativadas — o que gera sensação de exclusão e desmotivação.
Como corrigir:
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Pratique a escuta ativa, olhando nos olhos e evitando interrupções.
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Valide as ideias, mesmo que não sejam aplicáveis.
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Use perguntas abertas para estimular o diálogo.
2. Comunicar-se de forma vaga e ambígua
Instruções pouco claras ou carregadas de “achismos” ativam a amígdala, região do cérebro associada ao medo e à insegurança. Isso gera ansiedade na equipe e reduz a capacidade de concentração.
Como corrigir:
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Dê instruções claras, com prazos e objetivos específicos.
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Utilize exemplos práticos para evitar interpretações erradas.
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Adapte a linguagem ao nível de conhecimento do time.
3. Foco apenas nos erros e falhas
O cérebro humano tem um viés natural de negatividade: retemos mais facilmente críticas do que elogios. Líderes que só apontam falhas reforçam esse circuito neural, levando a estados de estresse e baixa autoestima nos colaboradores.
Como corrigir:
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Utilize a técnica do “feedback sanduíche”: elogio + crítica construtiva + reforço positivo.
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Reconheça conquistas em público e trate correções em particular.
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Mantenha um equilíbrio entre apontar erros e valorizar acertos.
4. Ignorar a comunicação não verbal
Mais de 55% da comunicação humana é não verbal, segundo Albert Mehrabian, psicólogo pioneiro no tema. Postura fechada, tom de voz ríspido ou falta de contato visual podem transmitir desinteresse ou agressividade, mesmo que as palavras sejam positivas.
Como corrigir:
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Mantenha uma postura aberta e acolhedora.
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Ajuste o tom de voz de acordo com a mensagem.
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Demonstre empatia também com expressões faciais.
5. Não adaptar a comunicação ao perfil da equipe
Cada pessoa processa informações de maneira diferente. Enquanto alguns colaboradores respondem melhor a dados técnicos, outros precisam de exemplos visuais ou histórias inspiradoras. A falta de adaptação da mensagem gera ruídos que o cérebro interpreta como desatenção ou falta de empatia.
Como corrigir:
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Identifique o perfil de cada membro da equipe (visual, auditivo, racional, emocional).
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Varie formatos: apresentações visuais, reuniões de alinhamento, mensagens escritas.
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Adapte o vocabulário de acordo com a área e o nível de conhecimento.
Conclusão
A neurociência mostra que comunicação não é apenas transmitir informações, mas gerar conexões emocionais e cognitivas. Líderes que entendem como o cérebro humano responde a estímulos comunicacionais conseguem reduzir conflitos, aumentar o engajamento e melhorar os resultados da equipe.
Se você ocupa um cargo de gestão, lembre-se: comunicar bem é liderar bem. E pequenas mudanças na forma como você fala, ouve e se expressa podem transformar completamente o clima da sua empresa.