Detectores de Metais em Salas de Ressonância Magnética – Parte 2: Tipos, Instalação e Checklist de Conformidade

A escolha do detector correto é fundamental para atender as exigências da Instrução Normativa nº 97/2021 da Anvisa e dos pareceres técnicos do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR/PADI).
Existem dois tipos principais, que podem atuar de forma complementar:

🔹 1. Detector de Metais Fixo (Portal)

• Instalação permanente na entrada da Zona III, antes do corredor de acesso à sala de exame (Zona IV).

• Opera com um campo magnético alternado, sensível à presença de objetos metálicos mesmo sob roupas.

• Indicado para triagem de pacientes, acompanhantes e equipe médica.

• Pode ser integrado a sistemas de alerta visual e sonoro, registrando cada passagem com data e hora.

• Modelos avançados contam com sensibilidade ajustável, permitindo diferenciar metais de baixa densidade (como brincos) de objetos potencialmente perigosos.

📌 Exemplo de uso:
Hospitais de grande porte e clínicas de diagnóstico com fluxo intenso de pacientes — ideal para triagem rápida e precisa.

🔹 2. Detector de Metais Portátil (Hand-Held)

• Equipamento manual utilizado pelo técnico para verificação complementar em áreas específicas do corpo.

• Essencial para confirmar alarmes do portal fixo ou identificar objetos não removíveis.

• Leve e recarregável, o detector portátil é indispensável em clínicas com menor fluxo ou que não disponham de portal fixo.

📌 Exemplo de uso:
Salas de RM de pequeno e médio porte, ou em centros clínicos que precisam reforçar a inspeção manual antes do exame.

Como Fazer a Instalação Correta: Requisitos Técnicos e Locais Ideais

A instalação deve seguir um plano técnico aprovado pela Vigilância Sanitária e contemplar aspectos de segurança, ergonomia e fluxo operacional.

🔸 Etapas de Instalação

1. Estudo do Layout da Sala:
   Avaliar o percurso de pacientes e equipe, posicionando o detector antes da entrada da Zona III.

2. Infraestrutura Elétrica e Blindagem:
   Detectores fixos exigem alimentação elétrica estabilizada (geralmente 110V ou 220V) e devem estar fora da influência do campo magnético da RM.

3. Delimitação Visual:
   Instalar sinalizações verticais e adesivos no piso indicando a obrigatoriedade de triagem metálica.

4. Integração com Sistema de Segurança:
   O detector pode ser conectado a sistemas de monitoramento por câmera ou software de controle de acesso.

5. Teste de Calibração e Validação:
   Antes da operação, o equipamento deve passar por testes de sensibilidade com corpos de prova metálicos (em conformidade com normas IEC e ASTM).

Documentação e Exigências da Vigilância Sanitária

A Anvisa e as vigilâncias estaduais exigem que a instalação de detectores de metais seja documentada e validada tecnicamente.
Os documentos essenciais incluem:

1. Projeto Técnico de Instalação, assinado por engenheiro ou responsável técnico habilitado.

2. ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) emitida junto ao CREA.

3. Laudo de Validação do Equipamento, comprovando testes de calibração e funcionamento.

4. Procedimento Operacional Padrão (POP) de uso dos detectores, com instruções à equipe.

5. Registro Fotográfico da instalação e do fluxo de acesso às zonas III e IV.

6. Relatório de Treinamento da Equipe Técnica, incluindo comprovação de capacitação.

📌 Dica: Mantenha toda a documentação atualizada e disponível para inspeções — a ausência de qualquer item pode gerar autuação.

Checklist Completo de Conformidade

Boas Práticas para Operação Segura

• Realize triagem dupla (questionário de metais + detector físico).

• Faça manutenção preventiva trimestral dos equipamentos.

• Mantenha backup digital dos registros de triagem por, no mínimo, 12 meses.

• Inclua o detector de metais no roteiro de inspeção interna de segurança do serviço.

• Garanta que todos os alertas sonoros e visuais estejam funcionais a cada turno de trabalho.

Benefícios Diretos da Implantação Correta

✔️ Redução total do risco de acidentes magnéticos;
✔️ Aumento da segurança operacional e credibilidade técnica;
✔️ Adequação imediata às exigências da Anvisa e Vigilância Sanitária;
✔️ Facilidade em auditorias de acreditação hospitalar (PADI, ONA e ISO);
✔️ Melhoria na percepção de segurança por parte de pacientes e profissionais.

Um Passo Técnico que Salva Vidas

O uso de detectores de metais em salas de ressonância magnética não é apenas uma exigência normativa — é uma barreira de segurança indispensável.
Com a obrigatoriedade já vigente em alguns estados e prestes a se expandir em 2026, clínicas e hospitais devem se antecipar e garantir que seus ambientes estejam 100% em conformidade.

Adotar um protocolo técnico completo, com equipamentos calibrados, equipe treinada e documentação validada, é a maneira mais segura de proteger vidas e manter a excelência no diagnóstico por imagem.