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loja varejista onde trabalha de segunda a segunda

Trabalhar aos Domingos sem Folga: O que a Decisão do TST Revela sobre Riscos Trabalhistas e Boas Práticas de Jornada

A recente decisão do Tribunal Superior do Trabalho envolvendo as Lojas Pernambucanas reacendeu um debate essencial para o mercado: até onde as empresas podem ir ao escalar colaboradores para o trabalho aos domingos e quais são os limites legais para manter a operação sem gerar riscos jurídico trabalhistas.

Segundo divulgado pelo portal Migalhas, o TST reconheceu a irregularidade na forma como a empresa organizava as folgas dominicais, determinando o pagamento integral da semanal remunerada e outros reflexos. A decisão reforça que o descanso semanal é um direito fundamental e que sua concessão precisa ser rigorosamente observada e registrada.

A Folga Dominical é Direito Fundamental do Trabalhador

A legislação brasileira já estabelece há décadas a obrigatoriedade do descanso semanal, preferencialmente aos domingos. Esse descanso não é uma escolha administrativa, mas uma imposição legal prevista na CLT e reforçada pela Lei 605 de 1949, que dispõe sobre o repouso semanal remunerado.

Pontos importantes da lei:

  • O descanso semanal deve ter no mínimo 24 horas consecutivas.

  • A folga deve coincidir com o domingo pelo menos uma vez a cada sete semanas, segundo regras das escalas de comércio e serviços.

  • A alternância dos domingos trabalhados deve seguir regras pré definidas em acordos coletivos, sempre respeitando o limite legal.

Quando isso não acontece, a empresa incorre em pagamento em dobro ou em reflexos que podem atingir férias, 13º salário, FGTS e adicional de feriados, dependendo do caso.

A decisão do TST reforça exatamente isso: se a folga dominical não é garantida, o prejuízo é da empresa.

Por que o TST Condenou a Empresa

Conforme a decisão mencionada na reportagem, o tribunal entendeu que:

  • Os colaboradores trabalhavam em domingos consecutivos sem a devida compensação.

  • A escala apresentada pela empresa não atendia às regras de periodicidade da folga dominical.

  • A ausência de descanso adequado viola o direito constitucional ao lazer, à saúde e à dignidade humana.

O TST vem consolidando entendimento de que a organização da jornada deve proteger o trabalhador contra desgaste físico e mental. Isso vale tanto para setores de alta demanda quanto para o comércio varejista, que já possui regulamentações específicas.

Essa condenação serve como alerta para empresas que:

  • Não controlam a jornada com precisão.

  • Não possuem registros claros de folgas.

  • Mantêm escala manual sem histórico auditável.

  • Delegam excessivamente à liderança a responsabilidade sobre a rotina de folgas.

Gerencie jornadas e folgas com total segurança jurídica

Impactos Trabalhistas e Financeiros para Empresas que Não Concedem Folgas aos Domingos

Ignorar a legislação traz uma série de riscos. Entre os prejuízos mais comuns:

1. Pagamento em dobro pelos domingos trabalhados

Quando a folga semanal não é corretamente concedida, o domingo trabalhado deve ser pago como extra.

2. Reflexos em toda a folha de pagamento

A ausência da folga pode gerar reflexos em:

  • férias

  • 13º salário

  • horas extras

  • DSR

  • FGTS

  • aviso prévio

3. Multas administrativas

Auditorias do Ministério do Trabalho podem aplicar multas por descumprimento da lei.

4. Processos trabalhistas

Empregados podem reivindicar retroativos de até cinco anos, com correção e juros.

5. Danos morais

Em situações de jornadas exaustivas, tribunais já reconhecem dano moral pelo excesso de trabalho sem descanso adequado.

Em resumo: o custo de não conceder a folga é muito maior do que organizar a escala de forma correta.

A Importância dos Acordos e Convenções Coletivas

No comércio, nos setores industriais e em serviços essenciais, a regra é clara: a folga dominical deve respeitar o que está previsto na convenção coletiva, que pode alterar periodicidade, turnos e escalas, desde que não fira os limites da CLT.

Muitos sindicatos estabelecem:

  • Escalas específicas por setor.

  • Limite máximo de domingos consecutivos.

  • Obrigatoriedade de folgar um domingo por mês.

  • Critérios para compensação em caso de operação excepcional.

Ignorar esses acordos é um erro grave que tem sido amplamente punido pela Justiça do Trabalho.

Como Evitar Multas e Ações Trabalhistas: Boas Práticas de Gestão de Jornada

Para manter a conformidade, as empresas precisam adotar práticas claras e rastreáveis:

1. Ter uma escala oficial de domingos e feriados

Nada de organizar folgas pelo WhatsApp ou verbalmente. Escalas devem ser registradas, assinadas e revisadas periodicamente.

2. Registrar toda a jornada dos colaboradores

Intervalos, horários reduzidos, trocas de turno e folgas precisam sempre estar documentados.

3. Monitorar a regra da folga dominical

A lei exige alternância comprovável.

4. Centralizar o controle no RH

Delegar escala à gerência, sem supervisão do RH, é um dos erros mais comuns.

5. Usar um sistema de ponto confiável

O sistema deve permitir:

  • registro por biometria, aplicativo ou web

  • relatórios de jornadas noturnas e dominicais

  • alarmes de inconformidade

  • integração com folha

  • auditoria de horários alterados

Como um Sistema de Ponto Ajuda a Prevenir Violações de Folga Dominical

Um bom sistema de ponto elimina o risco de erros manuais e oferece dados sólidos em caso de auditorias ou processos.

Entre as funcionalidades que mais ajudam:

  • Alertas de jornada excessiva, inclusive quando o funcionário ultrapassa o limite semanal.

  • Relatórios automáticos de dias trabalhados, facilitando a conferência dos domingos.

  • Controle claro de banco de horas, evitando que a empresa tente compensar folga dominical de forma incorreta.

  • Comprovantes digitais, que aumentam a segurança jurídica.

  • Registro de jornadas noturnas, garantindo o pagamento correto de adicional e evitando conflitos trabalhistas.

Com essas ferramentas, a empresa evita ações, multas e irregularidades que poderiam comprometer a folha e a reputação organizacional.

Conclusão

A decisão do TST contra as Pernambucanas reforça um ponto crucial: a organização da jornada e a concessão de folga dominical não são facultativas. Elas fazem parte de um conjunto de regras que visam à saúde, ao descanso e à dignidade do trabalhador.

Para empresas que desejam operar com segurança jurídica, o caminho é simples:

  • seguir a legislação

  • respeitar acordos coletivos

  • registrar corretamente as jornadas

  • usar um sistema de ponto confiável que permita rastreamento claro e auditoria

E quando falamos de horários noturnos, domingos e feriados, esse cuidado precisa ser ainda maior.

Um sistema de ponto moderno ajuda a empresa a manter tudo documentado, registrar adicionais noturnos automaticamente, organizar escalas complexas e garantir que a folga dominical seja respeitada conforme a lei.

Assim, além de evitar condenações, a empresa cria uma relação mais saudável, transparente e profissional com seus colaboradores.

Evite multas e organize escalas com precisão

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